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O novo livro do velho safado

Charles Bukowski (1920-1994) escreveu a maior parte de suas obras sobre mulheres, bêbados, heróis vagabundos vivendo em pequenos quartos de hotel e perdendo seu dinheiro apostando em cavalos. O livro Hino da Tormenta, lançado pela Spectro Editora, não foge a esta regra.

O livro tem 94 páginas e é o primeiro de uma série de quatro livros de poemas de Bukowski que a editora lançará. A capa e contracapa trazem um quadro de André Zanneto e uma caricatura de Bukowski feita por Frank Meyer. A arte interna do livro é de Rodrigo Véras.

A tradução foi feita por Sigval Schaitel, Fabio Soares e Gerciana de Espíndola

O livro é marcado pela morte de Jane Cooney Baker, uma das mulheres que ele mais admirava e que literalmente bebeu até morrer. Mais que mostrar o cenário bukowskiniano do sonho americano jogado no lixo, este livro deixa entrever um poeta dedicado, que escrevia com paixão e dedicação diariamente, ao ponto que depois de mais de 50 livros publicados, a maior parte de sua obra continua inédita. Em alguns poemas deste livro podemos ver que, por baixo da superfície decadente de seus personagens, se esconde um projeto poético ambicioso, como é o caso do A Chupada do gargalo da garrafa, onde a rotina de um bar é interrompida por uma mulher sem dentes e sem medo de tirar a roupa por bebida, ou o poema para alguns amigos, onde diz:

me levou 15 anos para humanizar a poesia
mas será preciso mais do que eu
para humanizar a humanidade.



Sobre o livro e o autor:

Hino da Tormenta apresenta retratos admiráveis da vida cotidiana, carregados de ternura e não raro doloridos de tanta delicadeza. - Eduardo Lins - Jornal do Comércio (Porto Alegre) - 27/07/2004

Bela tradução, edição pulp estilo Black Sparrow Press, preço camarada - e ainda sobra um troco pra tomar uma dose enquanto
se lê
- Fernanda D'Umbra - Revista Trip #121

Entre as "bobagens sujas" de seus poemas, Bukowski tem a capacidade de inserir conteúdo requintado com relação à condição humana. O que ele se propõe a dizer, não aparece diretamente com a fluidez de sua narrativa, mas de maneira discreta como pequenos goles. A arte de transformar sujeira em beleza. - Marcos Losnak - Folha de Londrina

Só a poesia de Bukowski continuará incólume a produzir retratos com os quais ou a gente se identifica ou se lembra - Émerson Gasperin - Correio Popular (Campinas)

Assim como William Burroughs ou Jim Morrison, Bukowski morto retém a base de fãs obstinados (e geralmente jovens) que ele juntou em vida - Publishers Weekly 65 - 20/11/2000

Um Bukowski mais melancólico - um escritor envelhecendo se confrontando sem medo com sua própria mortalidade - New York Times - Book Review, 7/1/2001



Links sobre o livro:

Resenha do livro Open All Night: new poems, por Michael Basinski.



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