Solilóquio de um Visionário

Para desvirginar o labirinto
Do velho e metafísico Mistério,
Comi meus olhos crus no cemitério,
Numa antropofagia de faminto!

A digestão desse manjar funéreo
Tornado sangue transformou-me o instinto
De humanas impressões. visuais que eu sinto,
Nas divinas visões do íncola etéreo!

Vestido de Hidrogenio incandescente,
Vaguei um século, improficuamente,
Pelas monotonias siderais...

Subi talvez ás máximas alturas,
Mas, se hoje volto assim, com a alma às escuras,
É necessário que ainda eu suba mais!