|
Dia de morrer aos poucos, reúne um pouco mais de trinta poemas de Sigval Schaitel, autor que após diversas aparições em coletâneas, revistas e concursos, tem seu primeiro livro publicado. A temática do livro é ampla, narrando tanto a crueza da vida em locais isolados quanto a de uma urbanidade desviada. Se ao longo deste livro o leitor reconhecer um local, certamente será para vê-lo com outros olhos, olhos que passam pela claustrofobia de corredores de armazéns às vívidas descrições agonizantes: pus, vômito, fumo, bebida e o sangue podre que vaza como no poema Práxis, revelando a realidade palpável da vida, próxima demais do leitor para que este possa não senti-la. Dia de morrer aos poucos é sobre todos esses momentos agonizantes quando ainda estamos vivos. Um título ambíguo, pois apesar da morte aos poucos o livro é vigoroso em seu relato, desde a luta contra a máquina de escrever, em Liquefeito, até as venezianas que caem aos pedaços no poema A velha. Este é o segundo livro lançado pela Spectro Editora, de Florianópolis, que entrou em cena em 2003 com o livro Hino da Tormenta, de Charles Bukowski. Schaitel fala sobre a vida, a morte e seus diversos momentos de agonia - A Notícia, 28/04/2004. |